"That part of me left yesterday, the heart of me is strong today."
[Justin Timberlake feat T.I.]
Me pergunto se tu não estás atado a um passado atrasado daqueles que enclausuram com dúvidas no estilo mais futuro do pretérito. Afinal, o que teria sido de nós se...? Parece irônico, mas enquanto na tua concepção a história tem lacunas e está ainda por se resolver; pra mim, os espaços foram preenchidos com o branco da tua ausência que agora não remete saudade alguma.
Amor exige coragem e a verdade é que fomos ambos covardes. Só que a tua negativa fantasiada enfeitou minhas ilusões que perduraram por mais tempo que o preescrito, mas jazem agora falecidas. Antes do fim, me resguardei pra morte não ser tão dolorosa. Como uma doente terminal, previ os sintomas e encarei o tempo de vida estabelecido. Lutanto contra a obviedade, desisti dos coquetéis e receitas e, ainda assim, doeu menos que o previsto. O benefício do pré-aviso. O efeito da anestesia foi prolongado, minha sensibilidade minimizada.
No fim das contas quase cantarolei "Celebração do Inútil Desejo", mas o silêncio me ganhou e não te presenteei palavras. O egoísmo é raiz de crescimento fácil e o regaste em mim. Implante involuntário que floresceu, frutificou. Foi com atraso que percebeste uma série de coisas, bem sei, mas minha pontualidade diz que nosso tempo é esgotado.
Nunca pedi que fosse recíproco, mas teria aceitado as verdades que nunca foram pronunciadas nesse jogo unilateral. Chego até mesmo a enxergar uma utilidade nesse desejo de ontem que não o infiltra o hoje, já que não fui feita refém de um percurso que, sim, foi lindo, apesar de majoritariamente caminhado por dois passos apenas, os meus. O que ficou pra trás são rastros que não me pertencem, de um eu que não sou mais.
Ando sem retrovisor e hoje sei que te compreender me libertou.
Lindo, você escreve muito, mais muito bem mesmo.
ResponderExcluirAs vezes ou sempre, não queremos entender os motivos do outro, mal sabe alguns isso é a chave de tantas portas que batemos sempre de cara.
Beijos
"Como uma doente terminal, previ os sintomas e encarei o tempo de vida estabelecido."
ResponderExcluirTambém previ, mas no meu caso, não foi tão indolor. Doeu sim. E a libertação ainda ocorre aos poucos. Mas quem sabe um dia eu consiga olhar pra trás e enxergar os passos de alguém que não sou mais, tal como você.
E eu preciso dizer algo que não sei se já disse: VOCÊ ESCREVE MUITO BEM! muito mesmo.
eu queria saber porque as pessoas são tão covardes em relação ao amor..
ResponderExcluirDevia ser uma coisa recíproca, que nem o ódio.. se você me odeia, eu também de odeio, mas se você me ama, talvez eu não te ame.
Isso é terrível.
Beijo Amanda,
se cuida!
que lindo.
ResponderExcluirMas como mesmo disse o que passou passou e deixamos para trás como um aprendizado.
Mais amor por favor.
beijos
Acho tão difícil questões de amor. Sempre que a gente acha estar dominando um sentimento, sabendo como as coias acontecem, a surpresa aparece. E o que fica é sempre uma dúvida: será que somos os mesmos depois de uma experiência tão intensa?
ResponderExcluirNão é novidade dizer que a sua caligrafia (entenda-se por ritmo e coerência) é incomum e notoriamente me chama sempre a atenção.
ResponderExcluirA maneira como fala da 'pontualidade' foi genial nesse contexto. Eu consegui enxergar que seu texto fala sobre uma espécie de cansaço ao lutar por algo que simplesmente não teve um retorno satisfatório.
E após as decepções, o mundo continua ali, colorido, fechado mas pronto para as suas próximas aventuras.
Claro, tudo com o tempero certo que você encontrou combinando os seus ingredientes literais e emocionais.
It's all true! ^^
ResponderExcluirBelo texto! =*
"O que ficou pra trás são rastros que não me pertencem, de um eu que não sou mais."
ResponderExcluirFlor, que texto lindo!
Quando o tempo passa, percebemos que certas ausências não serão recompensadas e nos cansamos de esperar por algo ao qual se doou muito, sem ser reconhecido ou receber a devida atenção.
Então, a vida prossegue.
A maneira que você abordou o tema e o escreveu é que foi brilhante.
Parabéns!
"Amor exige coragem e a verdade é que fomos ambos covardes. Só que a tua negativa fantasiada enfeitou minhas ilusões que perduraram por mais tempo que o preescrito, mas jazem agora falecidas."
ResponderExcluirFico feliz que tenhas conseguido superar e que hoje não sofra por isso, o tempo ajuda muito com essas coisas, e esperar a gente sempre cansa né!
Lindo texto!
Beijos
Oi, adorei teu blog
ResponderExcluirestou seguindo, visita o meu
e se gostar siga! Beijo :*
livreelouca.blogspot.com
posso mandar pra alguém???
ResponderExcluirexatamente isso que eu sinto, e vivi.
tudo!
besos!
Quero me libertar, também...
ResponderExcluirAdorei.
"Amor exige coragem e a verdade é que fomos ambos covardes."
ResponderExcluirTocou na ferida...
Belo texto! Parabéns!
http://maira-souza.blogspot.com/
BjO
Isso fica como dica para as pessoas que recebem o carinho das outras e em nada retribui,ou,sequer valoriza o carinho/respeito remetido.
ResponderExcluirCada vez mais se torna (in)tenso (sobre)viver. =/
forte abraço.
Como eu amo esse seu blog...
ResponderExcluir"Amor exige coragem e a verdade é que fomos ambos covardes."
Tão verdadeiro!!!
Belo!! Não deixas de me impressionar. Não farei recortes dos trechos que me chamaram à atenção, pois acabarei por transcrever o texto todo aqui!
ResponderExcluirA minha morte, embora pressentida, fui súbita. Erraram-se as previsões, morri antes - justo no momento em que pensei ver uma ponta de esperança. E doeu.
Grande abraço moça!
Amei o texto *-*
ResponderExcluirBeijos
"O que ficou pra trás são rastros que não me pertencem, de um eu que não sou mais."
ResponderExcluirisso que eu chamo de libertação. teus escritos são ótimos, até me perco nesse teu bom vocabulários, nessas tuas palavras que embalam. parabéns. e que fique pra trás aquilo que não tem forças de ficar junto da gente.beijos
Que lindo Amanda!
ResponderExcluirO importante(e gratificante) é olhar pra trás e ver como mudamos, como nos transformamos, e depois que passa percebemos o que fizemos e fomos, e nunca mais queremos ser.
Nossa... fazia tempo que eu não lia algo tão profundo, bonito e bem escrito, meus parabéns!
ResponderExcluirEscreves muito bem!
O amor é de fato o "ridículo da vida", mas um "ridículo" necessário, mesmo que fiquemos completamente perdidos e confusos... :)
Espero que teu carnaval tenha sido ótimo flor, e te convido pra participar de um pequeno debate que abri no meu blog sobre este tema! ^^
Parabéns pelo texto, ficarei sempre de olho aqui! :D beijoos
"Parece irônico, mas enquanto na tua concepção a história tem lacunas e está ainda por se resolver; pra mim, os espaços foram preenchidos com o branco da tua ausência que agora não remete saudade alguma."
ResponderExcluirComo dói pensar que a pessoa já pode ter colocado um ponto final naquilo q voce ainda espera um novo parágrafo.
Belo texto, Amanda.
Esses se's sempre incomodam...
ResponderExcluirbeeeijooos
A imagem me deslocou ... e vim parar num mar de letras que abraçam.
ResponderExcluirGosto de sentir o que você diz...
Podíamos ser vizinhos....=(.
Beijos . .. ^^
Que trágico!
ResponderExcluirvocê é tão sensível... lembro do tempo que também me atingiam os platônismos, mas "tudo no mundo é frágil, tudo passa" como já diziam a Florbela Espanca.
Imagino que tipo de ser faria mal a alguém tão delicado e poético... imagino se tudo isso não é "medo do teu medo de ter medo", sabe lá.
se cuida.
Qual é mesmo o seu novo blog?
ResponderExcluirSentindo falta de seus textos! =]
ResponderExcluirEsqueceu dos fiéis leitores?