quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Home is where you are


"For the strength, to be strong, for the will to carry on. For everything you do, I turn to you. For the arms to be my shelter through all the rain. For truth that will never change, for someone to lean on. But for a heart I can rely on through anything. For the one who I can run to, I turn to you"
[Christina Aguilera]
Sobre vocês, é só de amor que sei falar. Mas não falo, sinto. E em silêncio percebo a força desse amor largo, extenso. Talvez eu não entenda os mistérios da vida, meu meu ceticismo acredita com convicção que, sim, foi predestinação. Um colosso, um palácio de ornamentação inebriante, mas também uma casinha simples no campo, palafita suspensa em instabilidade. Somos o refúgio máximo, um infinito maior. A única eternidade imprescritível. E simples. Somos raiz e árvore, o ponto de partida e também o de chegada. Somos 5, completos, duradouros, necessários, imortais. Incontestável matriz, centro do meu universo. A composição da minha história, o fermento da minha alegria, o prestígio de simplesmente pertencer. 


Meu motivo, minha exceção, meu apego, minha redenção. Porque a vida corre, desvairada, mas vocês me alimentam o coração. São pétalas em meio a uma realidade que fere com espinhos. Amor que cura, amor que dura. E as flores que o vento entortou ao passar pelo nosso lar foram devidamente desviadas com golpes de pincel, zelo inestimável.


Porto, conforto, segurança, certeza. Tudo que em mim existe, disponho. Por vocês não há o que eu não faça. Toda minha gratidão pelo tempo oferecido, pelo sorriso dividido, pela paciência adquirida, pela tolerância renascida. Pelo carinho imensurável, pela disponibilidade incontestável, pelo amor incomparável. Inexplicavelmente grata por serem vocês o que somos nós, e somos bem mais que uma família. Sem vocês, não sou.
Minha vida para vocês, por vocês. Nossas vidas para mim. Honra em amá-los. Sorte de tê-los. Amor e além.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Simple as it should be


"Free to roam, made a home out of everywhere I've been, then you come crashing in like the realest thing. Trying my best to understand all that your love can bring..."

[John Mayer]

Por que te fazes impermeável? Abre os braços e me deixa entrar. Por que me dizes frases curtas? Sei que escreves por hábito e não quero ter a exceção da economia. Tô brincando com fogo, tô jogando gasolina, cadê a fumaça? Não tenho medo de queimaduras e isso não me faz piromaníaca. Só cansei da monotonia dessa brisa litoral, quero um furacão. Quero uma erupção inesperada que me desarme o calculismo. Quero tua inocência doce pra balancear umas memórias amargas. Quero tua crença pra amenizar meu ceticismo. Não gosto de invasões, tenho a calma de quem aprendeu com o tempo. Aquela sensação de uma possibilidade brilhante me dominando nem tão rápido, calmamente, confortável. Quero ser flor e pétala, não espinho. Mas sei que vou machucar. Quero ser descoberta e não reciclagem; realidade e não miragem.
Tu não te atreves por saber que é movediça a areia que te espera, mas nunca serei concreto, nunca serei uma só. Tens o tempo necessário pra desvender meu desconhecido e reconhecer o território. Espero tua coragem chegar enquanto me reconstruo. Preciso estar nova e varrer os ontens. Porque andávamos em ruas paralelas e agora alcançamos um cruzamento. Os caminhos não são sinalizados e placas não avisam nem preveem perigo, mas eu te guio. Pode ser que nos percamos, mas não sou motorista de primeira viagem e conheço a estrada. A  estrada me mudou, outrora, e pode agora estar por outros mudada. Mas te dou as instruções e tu diriges com cautela, confio na combinação e viajar nunca foi sobre medos, mas desejos. Nossas malas ainda entreabertas, mais tarde estufadas de lembranças fabricadas. Uma viagem sem volta com um horizonte cinematográfico como ilustração. Solta o freio e segura minha mão. És estrangeiro, mas te dei o visto. Meu mundo permitindo tua visitação.